SITE RESSALTA A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA INFÂNCIA
"Analisar uma obra de arte possibilita que a criança desenvolva sua capacidade de observação e de crítica, aprenda sobre períodos da história e abra sua a mente para novos horizontes. Enquanto, a prática de arte e a exploração de diferentes materiais e técnicas podem ajudar a desenvolver a curiosidade e a criatividade da criança, contribuindo para o aprendizado em qualquer área da sua vida."
A afirmação é da artista plástica e designer carioca, Tati Vistic que desenvolve, constrói e atualiza desde 2004 um site (http://www.criancafazarte.com.br/) interativo voltado para crianças e a prática das artes plásticas. Seu conteúdo é bastante variado, oferecendo desde moldes a serem recortados e coloridos até um tour virtual - com direito a "passaporte" - por diferentes países do globo, pelos quais são apresentados os principais pintores e escultores, de Da Vinci a Holgate.
A idéia da construção de um portal exclusivo para crianças surgiu quando a artista realizou a exposição "Criança faz arte", em 1998, a partir de experiências realizadas pelo Children's Museum of Manhattan, em Nova Iorque. "Desde o primeiro período da faculdade, realizei projetos com crianças em escolas e, ao longo de todo o curso, procurei fazer trabalhos voltados para o público infantil. O site surgiu como continuação desse processo," explica.
A página apresenta ainda seleção de datas comemorativas diferentes das celebradas tradicionalmente nas escolas e instituições do país, como por exemplo, o Dia Internacional do Riso ou ainda trazendo junto ao dia da Proclamação da República, histórico de antigas bandeiras que outrora representaram o país.
Para a designer, o ensino da arte traspassa as portas da sala de aula e deve estar fortemente ligado ao ensino de outras disciplinas e trabalhado integralmente no cotidiano da criança. "Por exemplo, uma ida ao museu em grupo é uma experiência inesquecível para a garotada. Evidentemente muitas das crianças estão mais interessadas no passeio em si do que em prestar atenção no que os guias estão dizendo, pois tudo fora da escola acaba se tornando mais divertido. Porém, elas certamente guardarão a experiência na memória para usá-la em um momento posterior."
"A experiência de se ver uma obra de arte em um livro é totalmente diferente de vê-la no contexto do museu, onde se tem noção do tamanho da obra, da sua cor real, textura e parte de um conjunto," conclui a artista acreditando que a prática e o ensino das artes plásticas contribui para o desenvolvimento da infância e a construção do espaço da criança, de forma lúdica e terapêutica.
Julia Dietrich
Vejam que maravilha de trabalhos de arte os alunos,
do EI da professora Vera, fizeram!
O TEMA :
TURMAS EI-20
Profª. VERA
A CONTRIBUIÇÃO DE PAIS E EDUCADORES PARA
A CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE TEMPO NA INFÂNCIA
Profª. Renata Moreira lima
Introdução
De acordo com Vygotsky, uma das principais funções da linguagem é a de intercâmbio social. E é com o objetivo de se comunicar com os seus semelhantes que o homem estabelece e utiliza os sistemas de linguagem (apud Oliveira, 2005). A construção da linguagem se dá a partir da experiência que a criança tem com o mundo objetivo e de seu contato com as formas culturalmente determinadas de organização do real. Deste modo, fica evidente a importância do grupo cultural do qual a criança faz parte. Segundo Oliveira (2005) é o grupo cultural no qual o indivíduo está inserido que lhe dará subsídios para perceber e organizar o mundo, e estes irão se constituir nos instrumentos psicológicos que fazem a mediação entre o indivíduo e o mundo. Sendo assim, a vida social e cultural é vista como um processo dinâmico, palco de negociações, onde cada sujeito é ativo e onde acontece a interação entre o mundo cultural e o mundo subjetivo de cada um. Qual a importância da contribuição dos pais na construção da linguagem das crianças? Um conceito “vygotskiano” que nos ajuda a entender esta contribuição é o da zona de desenvolvimento proximal, que faz referência ao caminho percorrido pela criança, com a ajuda de um adulto, para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas no seu nível de desenvolvimento real (Vygotsky, 1991).
Mais recentemente, estudos realizados sobre a interação entre o discurso materno e a aquisição da linguagem pela criança ressaltam que a aquisição da linguagem é resultado do processo de interação entre a mãe e criança e que as crianças aprendem a falar conversando com os adultos. Nelson (1996) mostra-nos que o contrário também é verdadeiro, isto é, uma interação linguística pobre também pode prejudicar a aquisição da linguagem. Segundo Vygotsky (1991), o desenvolvimento dos conceitos dá-se em três etapas: o sincretismo, os complexos e os conceitos propriamente ditos, que são caracterizados pela capacidade de fazer agrupamentos por categorias utilizando características em comum entre os objetos. No entanto, este desenvolvimento depende do estímulo de outros mais experientes. É na interação com os outros que os conceitos em formação são organizados e reorganizados até atingir a maturidade do conceito adulto. E é sob este enfoque que se dá o trabalho de análise que acontece na creche e na escola, locais propícios para a investigação de relações entre crianças e educadores nas suas interações diárias, que envolvem situações passíveis de conflitos, por sua vez, causados por situações nas quais as crianças precisam se adaptar a momentos de espera, de negociação de determinados conceitos tão abstratos e de obediência a regras.
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a presença - e ao mesmo tempo realçar a importância - do tempo no dia-a-dia das crianças e da educação infantil. Mais especificamente, pretende-se buscar um maior conhecimento da presença e uso do tempo em sala e do impacto que este tem na vida escolar e no cotidiano da criança pequena. Iniciei minha participação neste grupo de pesquisa em julho de 2009, em substituição à bolsista PIBIC Natasha Areas Peixoto que acabara de sair do grupo. Fiquei como voluntária um mês, assistia as reuniões e aos poucos fui me integrando ao grupo e conhecendo melhor a pesquisa.
No segundo semestre de 2009, iniciou-se a pesquisa “Trabalhando o tempo na Creche” realizada na Creche institucional da Prefeitura Dr. Paulo Niemeyer, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Participaram da Pesquisa duas turmas: maternal 41 (com crianças de 2 a 3 anos) e maternal II 30 ( com crianças de 4 a 5 anos) e seus respectivos professores. As bolsistas Gisele Lemos e Roseli Barros ficaram no maternal 41 enquanto que Natália Xavier e Renata Lima observaram o maternal II 30. A primeira parte da pesquisa consistiu em entrarmos em sala de aula e observarmos as estratégias temporais utilizadas pelos educadores com as crianças, a linguagem temporal apresentada por elas e o conhecimento que possuíam sobre a rotina e os dias da semana, além da interação com os artefatos temporais presentes em sala. Para registrar as observações foram utilizados os diários de bordo das bolsistas, gravadores de voz e uma filmadora. Além disso, foi feita uma entrevista com os educadores para percebermos a compreensão que possuíam à respeito do tempo, o grau de importância que conferiam às atividades temporais e as estratégias que utilizavam ao se debaterem com tais questões. Após a coleta inicial de dados, sucedeu-se a segunda etapa do trabalho: a aplicação dos testes temporais. O teste temporal foi composto por uma entrevista temporal videogravada, que avaliava a compreensão das crianças a cerca das noções sobre manhã, tarde, noite, dias da semana e rotina da creche, além do sequenciamento temporal, em que as crianças recebiam um número de fotos que diferia para cada grupo: Maternal II 30 (6 fotos) e maternal 41 (4 fotos) e era solicitado às crianças que sequenciassem essas fotos cronologicamente. Também foi aplicado nesta etapa o TVIP (teste de linguagem) para sabermos se a idade cronológica da criança coincidia com sua idade
verbal. Na terceira etapa da pesquisa, chamada de “Projeto tempo”, deu-se continuidade as observações realizadas em sala de aula e foi convocada uma nova a reunião com os educadores de cada grupo separadamente, onde o grupo de pesquisa, juntamente com os educadores, discutiram sobre a elaboração de alguns materiais pedagógicos que estimulassem o desenvolvimento da noção temporal das crianças (relógio da rotina; a exposição do calendário referente ao mês passado, corrente e futuro; e a elaboração de uma “régua” que continha as atividades semanais realizadas pela criança) . Os materiais foram confeccionados pelos educadores e usados em sala.
Na quarta etapa do projeto, os testes temporais foram aplicados novamente. E na quinta e última etapa, alguns dados foram analisados e realizou-se um encontro, onde foi dado um retorno da pesquisa para os pais e os educadores. No primeiro semestre de 2010, o grupo de pesquisa se focou no estudo do livro: Pensamento e Linguagem do autor L.S.Vigotski, principalmente nos capítulos que servem de embasamento teórico para esta pesquisa. São eles: o capítulo sexto intitulado “O desenvolvimento dos conceitos científicos” e o capítulo sétimo “Pensamento e a palavra”. Realizamos também as transcrições de todos os testes temporais realizados na pesquisa de 2009 e confeccionamos uma tabela com estes dados, a qual servirá para a elaboração do trabalho apresentado no próximo GRUPECI em setembro. No que diz respeito à análise dos demais dados, esta se encontra em excussão e estamos utilizando três programas para realizá-la, são eles: ATLAS TI, EXCEL e o SPSS
Resultados Preliminares
O trabalho se propunha responder a seguinte questão: “As diferenças que encontramos no desempenho das crianças são consistentes com sua familiaridade, com os dias da semana e com a mediação destes conceitos em casa?”, e para responder tal pergunta foi feita uma triangulação entre o sequenciamento temporal realizado pelas crianças, sua noção dos dias da semana e os questionários preenchidos por seus familiares. Com isso, o objetivo dessa pesquisa foi investigar nesta relação qual a participação direta dos pais como mediadores de conceitos temporais dentro da zona de desenvolvimento proximal de suas crianças.
Bibliografia:
BARBOSA, M. C. S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre: Artmed.
2006.
EISENBERG Z. A Relação Entre Linguagem e Tempo na Compreensão da Rotina Escolar. Revista
da FAEEBA- Educação e Contemporaneidade, Salvador. v. 18, n.31, p. 53-62, jan./jun. 2009.
NELSON, K. Language in cognitive development: The emergence of the mediated mind. New
York: Cambridge University Press. 1996.
OLIVEIRA, M.