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2012 É HISTÓRIA, QUE VENHA 2013.
NO RIO, VALORIZAÇÃO DA EQUIPE EM ESCOLAS MELHORA
RESULTADOS
Unidades bem avaliadas que atendem crianças pobres
têm baixa rotatividade de professores
CAROLINA BENEVIDES (Email)
Publicado: 9/07/12 - 22h09
Atualizado: 9/07/12 - 23h43
RIO - A baixa rotatividade no quadro dos
professores, o bom relacionamento entre direção, corpo docente e alunos,
reforço escolar para os que apresentam dificuldade e atenção redobrada com os
que faltam são pontos em comum entre duas escolas da rede municipal do Rio que
atendem crianças de baixa renda na Glória, Zona Sul da cidade, e em Bangu, na
Zona Oeste. A Escola Municipal Maria Leopodina e o Ciep Professora Celia
Martins Barreto têm Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) já
acima da meta estabelecida pelo MEC para 2022: 6,0, patamar de países
desenvolvidos.
Considerando a realidade nacional de pobreza — mais
concentrada no Norte e Nordeste —, as duas escolas não chegam a atender alunos
que se encontram no nível extremo de carência do país. Mas, mesmo assim, se
destacam em levantamento feito a pedido do GLOBO pelo economista Ernesto
Martins Faria, da Fundação Lemann, por terem bons resultados mesmo atendendo
alunos pobres, considerando a realidade do Rio.
O prédio de seis andares que abriga a escola Maria
Leopoldina não tem a arquitetura típica dos colégios municipais. Nem tampouco o
interior da unidade, que atende 335 alunos da educação infantil ao sexto ano do
ensino fundamental, em sua maioria — 90% — moradores da comunidade Santo Amaro,
famosa por conta da cracolândia e atualmente ocupada pela Força Nacional de
Segurança, parece com as escolas públicas do Brasil.
As paredes são decoradas com mural interativo — que
muda todo mês e dá a chance da criança aprender brincando —, origami e frases
que remetem ao projeto pedagógico, que este ano foca na máxima “gentileza gera
gentileza” e em “um mundo sustentável”. O refeitório tem lugar para todos e as
salas de aula estão decoradas com livros e material pedagógico. O Ideb, em
2009, foi de 6,3.
A diretora Sandra Cavalcanti, de 43 anos, e há 12 à
frente da escola, diz que o bom resultado se dá por conta da equipe:
— A maioria dos professores está na escola há, pelo
menos, 20 anos. Conhecem os alunos e os pais pelo nome, frequentam a comunidade
e sabem a realidade das crianças — diz Sandra, que elogia a integração dos
funcionários: — Do porteiro à merendeira, todos são comprometidos e conseguiram
criar uma identidade acolhedora para a escola, onde a criança é feliz e tem a
autoestima resgatada. Trabalhamos com uma comunidade que precisa ser
valorizada.
O projeto pedagógico envolve todas as turmas. Cada
sala tem uma palavra que remete ao tema “gentileza gera gentileza”, como
amizade, amor, bondade e solidariedade. Por conta da Rio+20, a escola promove
ainda atividades ligadas ao mundo sustentável, e algumas turmas têm aulas interdisciplinares:
no 6 ano, a aula de música — com direito a professor específico e violão —
trabalha “O Sal na Terra”, que é esmiuçada na aula de Ciências.
— Em outubro, eles vão trabalhar “Imagine” do John
Lennon e a atividade vai envolver música, teatro e aula de inglês. Depois,
faremos uma apresentação para os pais, que este ano já vieram ver uma exposição
sobre como construir um ambiente mais solidário — diz Sandra.
‘Intenção é fazer diferença na vida das crianças’
Yago Madeira Souza, de 10 anos, está no 4 ano do
ensino fundamental do Ciep Professora Celia Martins Barreto, em Bangu. Filho de
uma empregada doméstica, o menino sonha alto: quer ser cientista. E já tem uma
preocupação:— Quando eu for para o 6 ano, preciso de uma escola tão boa quanto
essa. Tem que estudar muito para ser cientista, né?
O Ciep, que atende 330 alunos do ensino infantil ao
5 ano do ensino fundamental, a maioria moradores da Favela 48, do Sossego e do
Morro do Sandá, oferece turno único, das 7h30m às 15h para o fundamental. A
educação infantil é das 7h30m às 16h30m. Na sala de leitura, com professora
específica, é possível ouvir histórias, desenvolver o gosto pela leitura e
pegar livros emprestados. O Ideb, em 2009, foi 6,1.
— A maioria dos nossos alunos é criada por mães e
avós. Muitas são domésticas ou trabalham em firmas de limpeza e não tiveram
muito estudo. Sabendo dessa realidade, criamos uma relação afetiva com as
crianças e com os pais. Aqui, elas não são um número — diz a diretora Christine
Saisse, que lembra que o mundo delas é “restrito”:
— Muitas não conhecem nem o calçadão de Bangu. São
crianças que nem sabem que podem sonhar, que não têm diálogo em casa. Então, a
gente procura fazer com que acreditem que têm potencial. A ideia é que saibam
que têm as mesmas condições de aprender de qualquer um. Mas para isso é preciso
persistência.
Para dar conta do projeto, Christine conta com um
quadro completo de professores, que têm horário específico para o planejamento
das aulas:
— Eles ficam para trocar ideias e planejar as
aulas. E se percebo que um não está integrado, converso, tento valorizar. A
intenção é fazer diferença na vida das crianças.
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"LUIZ GONZAGA: REI DO BAIÃO E DO NOSSO FOLCLORE."
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A PIPA E A FLOR
Baseado no livro
"A PIPA E A FLOR"
de Rubem Alves e Maurício de Sousa
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